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Governo quer reconstruir Hospital Regional para liderar rede com 900 leitos

Riedel foi aos EUA captar interessados na parceria público-privada para a gestão dos hospitais nas maiores cidades de MS

Hospital Regional de MS pode ir a leilão na bolsa de valores, de acordo com os planos do governo – Foto: Gerson Oliveira / Correio do Estado

Os hospitais estaduais das maiores cidades de Mato Grosso do Sul podem ser geridos por parceiros privados, brasileiros ou estrangeiros.

Este é o plano do governador do Estado, Eduardo Riedel (PSDB), que pretende levar o projeto de parceria público-privada (PPP) do setor de saúde, que inclui o Hospital Regional (HRMS), em Campo Grande, a leilão na bolsa de valores daqui a um ano, no primeiro semestre de 2025.

O objetivo do governador é lançar o edital para promover a modelagem da PPP no segundo semestre deste ano.

Em Nova York, nos Estados Unidos, cidade onde Riedel e alguns de seus secretários estiveram toda a semana passada para promover Mato Grosso do Sul e prospectar investimentos no Estado, conversas avançaram no sentido de captar possíveis parceiros e grandes bancos para estruturar a parceria público-privada na gestão dos hospitais.

Em Campo Grande, no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul, deve ocorrer a maior mudança. Segundo o governador, o parceiro privado deve levantar um novo prédio ao lado do HRMS para manter o atendimento enquanto a unidade é reformada.

Quando a rede estadual de hospitais estiver em operação, o Hospital Regional da Capital deve capitanear o sistema, com aproximadamente 400 leitos. Há ainda a previsão de hospitais em Corumbá (169 leitos), em Dourados (189 leitos) e em Três Lagoas (144 leitos). Estes dois últimos já estão instalados, e neles operam serviços assistenciais e não assistenciais.

O projeto prevê que apenas o Hospital Regional de Campo Grande atue em serviços não assistenciais, recebendo apenas pacientes regulados por sua própria rede estadual, e não pela rede de regulação da Capital.

“BATA CINZA”

Quando perguntado se a PPP contemplaria apenas os serviços de “bata cinza”, as atividades-meio do HRMS, e não os de “bata branca” – a atividade-fim – Eduardo Riedel disse que este é o caminho.

“A tendência é essa, é o que a gente tem visto de modelagem, mas quem está definindo tudo isso é a nossa equipe do Regional juntamente com o pessoal do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento)”, explicou o governador.

“A gente deve ter, até o fim do ano, toda a modelagem pronta, e então promoveremos uma audiência pública”, explicou o governador Eduardo Riedel.

O Correio do Estado apurou que as parcerias feitas pelo governo da Bahia, no Instituto Couto Maia, em Salvador, têm servido de modelo de gestão para o sistema a ser implantado em MS.

No exemplo baiano, o parceiro firma um contrato de gestão, por meio de parceria público-privada, em que todas as atividades de assistência ao paciente são realizadas e geridas pela Secretaria de Saúde, e a concessionária fica responsável pelos seguintes serviços:

  • Alimentação;
  • Manutenção de equipamentos;
  • Engenharia clínica;
  • Lavanderia;
  • Hotelaria;
  • Recepção;
  • Portaria;
  • Segurança patrimonial;
  • Combate a incêndio;
  • Higienização;
  • Paisagismo;
  • Apoio administrativo

O objetivo em Mato Grosso do Sul, sobretudo no Hospital Regional, seria parecido, segundo explica Riedel.

“DIVÓRCIO”

Para operar a rede estadual de hospitais, porém, o Hospital Regional precisa deixar de vez a Rede de Urgência e Emergência (RUR) administrada pela prefeitura de Campo Grande, situação que enfrenta grande resistência na Secretaria Municipal de Saúde.

O “divórcio” do Hospital Regional de Mato Grosso do Sul da rede de regulação da Capital chegou a seu último estágio: o Ministério da Saúde.

No Conselho Municipal de Saúde, a vitória do pleito estadual foi quase unânime: 78 a 1. Apenas a prefeitura de Campo Grande votou contra.

O governador Eduardo Riedel explica que o paciente de Campo Grande continua sendo o mais atendido, ao contrário do que querem fazer crer os que defendem a permanência do HRMS na regulação do município.

“Por exemplo, quase 80% do atendimento do Regional é de pacientes de Campo Grande. Ok. Agora, como é que você toca um hospital sem ter a capacidade de alimentá-lo do ponto de vista do paciente? E isso nós não vamos abrir mão”, explicou o governador, indicando que o Estado não abre mão de ter controle sobre a gestão de seu próprio hospital estadual.

Riedel relata que em Nova York teve reuniões para a captação de investidores.

Em um contrato de PPP que vai a leilão na bolsa de valores, o parceiro procura grandes bancos dispostos a bancar os investimentos.

Nos Estados Unidos, houve encontros com grandes bancos internacionais e brasileiros, como, por exemplo, o Bank of America, JP Morgan, Safra, BTG, XP, entre outros.

Fonte: Correio do Estado.

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