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No pior dia do ano, poluição está 1.520% acima do tolerável

Índice de Qualidade do Ar (IQar) está em 162, sendo que o recomendável é 10

Céu está cinza, o sol avermelhado e o horizonte com baixíssima visibilidade Foto: – MARCELO VICTOR

Índice de Qualidade do Ar (IQar) está em 162, considerado ‘muito ruim’, nesta quinta-feira (26), em Campo Grande.

Isto significa que há 162 microgramas de poluição por metro cúbico no ar. Esta é a pior qualidade do ar da história da Capital, desde quando começaram os monitoramentos, em 2021.

De acordo com o doutor em Geofísica Espacial e integrante do Laboratório de Ciências Atmosféricas da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Widinei Alves Fernandes, o IQAr ideal é 10. Portanto, a poluição está 1.520% acima do aceitável.

Campo Grande amanheceu totalmente encoberta por uma pluma de fumaça nesta quinta-feira (26). O céu está cinza, o sol avermelhado e o horizonte com baixíssima visibilidade.

Conforme a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb), há cinco classificações possíveis para apontar a qualidade do ar:

  • 0 a 40: Boa
  • 41 a 80: Moderada
  • 81 a 120: Ruim
  • 121 a 200: Muito ruim
  • Acima de 200: Péssima

Frente fria, que se aproxima de Mato Grosso do Sul, muda a direção dos ventos e traz mais fumaça oriunda de incêndios, aumentando a concentração de poluentes no ar.

“Estamos com a pior qualidade do ar já registrada nesse ano. Nós temos aí recebido essa fumaça que tá vindo da região Amazônica, do Mato Grosso, da Bolívia. E isso se deve a essa entrada da frente fria que provocou uma mudança da direção dos ventos. Ao se deslocar, então, essa pluma passou a ficar mais sobre o Mato Grosso do Sul e alcançou o Campo Grande também. Então essa pluma, uma pluma mais densa e constante, causou de forma significativa piora na qualidade do ar. Então são partículas, são gases que estão nos atingindo e tem causado essa piora na qualidade do ar”, explicou o doutor em Geofísica Espacial.

Mas, com a chuva e mudança na direção dos ventos, a pluma de fumaça deixará Mato Grosso do Sul e se deslocará para Goiás (GO), nesta sexta-feira (27).

“Essa frente fria provocou esse deslocamento e vai continuar empurrando esse corredor, então ela vai se deslocar para Goiás e amanhã a fumaça vai embora daqui”, concluiu Widinei Alves.

FUMAÇA

Mato Grosso do Sul está com céu encoberto por fumaça há vários dias consecutivos.

A fuligem é oriunda dos incêndios do Pantanal, Amazônia, São Paulo, Goiás, Bolívia, Mato Grosso e outros estados brasileiros que literalmente estão “pegando fogo”.

O tempo parece nublado, mas, na verdade se trata de fumaça e fuligem dispersas no ar, deixando o horizonte cinzento e com baixa visibilidade.

Em Campo Grande, o sol está avermelhado por conta da fuligem dispersa no ar.

Fumaça é a suspensão na atmosfera de produtos resultantes de uma combustão. Pode ser tóxica quando aspirada. Resulta de queimadas, fogueiras, brasas, motores de gasolina e gasóleo.

Névoa seca é formada quando há a condensação de vapor d’água em combinação com poeira, fumaça e outros poluentes, o que dá um aspecto acinzentado ao ar.

O meteorologista Natálio Abrahão afirmou que o fenômeno responsável por deslocar a fumaça, para longas distâncias, é o vento.

“São fluxos de ventas que se originam lá da região amazônica, e esse fluxo de vento vai agregando esses fatores aí. Se ventar uma manhã inteira, os ventos podem levar a fumaça de 100 a 150 quilômetros de distância em apenas uma manhã”, explicou Abrahão.

Fonte: Correio do Estado.

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