Alvos da Operação Snow foram denunciados por tráfico, lavagem de dinheiro, corrupção, organização criminosa, entre outros

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou 21 investigados, alvos da segunda fase da Operação Snow, por tráfico de drogas, organização criminosa, lavagem de dinheiro, corrupção, entre outros. Entre os denunciados, está um policial civil e dois advogados, que faziam parte do esquema criminoso.
A segunda fase da Operação Snow foi deflagrada no dia 15 de janeiro, pelo Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) quando foram cumpridos nove mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão, em Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga (SP).
Com base nas investigações, que começaram há mais de um ano, o Gaeco descobriu que a organização criminosa atuava no tráfico de cocaína, com participação de policiais civis, que repassavam informações sigilosas e também faziam transporte da droga em viaturas oficiais, advogados que coptavam servidores corruptos, entre outros.
Foram denunciados:
- Joesley da Rosa
- Ademar Almeida Ribas (Pitoco)
- Antônio César Jesuíno
- Claudeir da Silva Decknes (Bidu)
- Diego Fernandes Silva
- Emerson Correa Monteiro
- Felipe Henrique Adolfo
- Gustavo Cristaldo Arantes
- Jessika Farias da Silva
- Lais da Silva dos Santos
- Lucas Rineiro da Silva (Luquinhas)
- Luiz Paulo da Silva Santos (LP ou Soneca)
- Marcio Gimenez Acosta
- Michael Guimarães de Bairros
- Mikeli Miranda de Souza
- Oscar José dos Santos Filho
- Rodney Gonçalves Medina
- Rodrigo de Carvalho Ribas
- Vlandon Xavier Avelino
- Vitor Gabriel Falcão Pinto
- Wilson Alves Bonfim
Dos denunciados, Joesley da Rosa é apontado como o líder da organização criminosa.
Antônio César Jesuíno e Vlandon Xavier Avelino, ambos advogados, eram responsáveis por blindar os integrantes da quadrilha. Além do serviço jurídico, eles tinham a função de corromper servidores públicos para a obtenção de informações privilegiadas e monitoramento das cargas, e também eram conselheiros de outros assuntos sensíveis.
Gustavo Cristaldo de Arantes é escrivão de Polícia Civil e era responsável por fazer checagens em bancos de dados sigilosos, municiando a organização com informações privilegiadas, mediante o recebimento de propina.
Mikeli Miranda de Souza – esposa de Joesley, Jessika Farias da Silva e Lais da Silva dos Santos, auxiliava nas atividades recebendo e realizando, em suas contas particulares, transações bancárias de valores oriundos do tráfico de drogas.
Lucas Ribeiro da Silva exercia as atividades operacionais, como levar caminhões aos depósitos, providenciar a ontenção de veículos utilizado no transporte de drogas e participar da captação de motoristas.
Rodrigo de Carvalho Ribas era encarregado de organizar o transporte dos entorpecentes, visto que era coordenador de logística em empresa terceirizada dos Correios, que era ilicitamente utilizada pela quadrilha.
Oscar José dos Santos Filho era responsável por desativar, nos caminhões usados pelos grupos, os aparelhos das empresas de transporte que emitem sinais de geolocalização, para impedir o rastreamento durante o transporte da droga, além de instalar GPS nos caminhões para que o chefe do grupo acompanhasse a movimentação.
Emerson Correa Monteiro e Diego Fernandes Silva atuavam como facilitadores, investindo altas quantias de dinheiro para custear as cargas de drogas transportadas pelo grupo.
Claudeir da Silva Decknes , Felipe Henrique Adolfo e Michael Guimarães de Bairros tinham a função de motorista, tanto como transportadores quanto como batedores.
Modo de agir
O Gaeco identificou que a organização criminosa era liderada por Joesleyda Rosa e contava com uma extensa rede de logistica de transporte, baseada em Campo Grande, com o objetivo de escoar a droga de Ponta Porã para outros estados, especialmente São Paulo.
Em regra, o transporte era feito em compartimentos ocultos de caminhão frigoríficos, devido a maior dificuldade de fiscalização policial nas cargas perecíveis, onde o baú refrigerado é lacrado. Essas informações culminaram na primeira fase da operação, deflagada em março de 2024.
Na ocasião, foram cumpridos 21 mandados de prisão e 33 de busca e apreensão, com objetivo era desmantelar quadrilha envolvida com o tráfico de cocaína em Campo Grande e que tinha entre seus membros policiais civis – que faziam o transporte do entorpecente de Ponta Porã até a Capital.
A partir da análise do material apreendido na operação de março, “especialmente telefones celulares, revelou que ao menos outras 17 pessoas integram a organização criminosa, alvo dos trabalhos, entre os quais advogados e policial civil”.
Dentre os integrantes identificados, quatro já haviam sido alvos da primeira fase, sendo Ademar Almeira Ribas, Luiz Paulo da Silva Santos, Joesley da Rosa e Rodney Gonçalves Medina.
Os demais foram identificados após perícia nos materiais apreendidos e foram alvos da segunda fase, deflagrada no dia 15 de janeiro deste ano, quando foram umpridos 9 mandados de prisão preventiva e 19 de busca e apreensão nos municípios de Campo Grande, Dourados, Ponta Porã e Piratininga (SP).
Durante o cumprimento dos mandados, duas pessoas foram presas por posse ilegal de armas, incluindo uma pistola 9 mm, de uso restrito.
Segundo o MPMS, a organização criminosa é extremamente violenta, resolvendo muitas de suas pendências, especialmente questões relacionadas à perda de cargas de drogas e a desacertos do tráfico, com sequestros e execuções, muitas vezes de seus próprios integrantes.
Fonte: Correio do Estado.