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Barragens do Lago do Amor e Atlântico têm risco alto, classifica Imasul

Barragem do Nasa Park escoou toda a água do lago, que atingiu pelo menos 11 propriedades

Lago do Amor (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Após o rompimento da barragem do lago no loteamento Nasa Park, em Jaraguari, as barragens ganharam as atenções de todos. Nesta sexta-feira (30), o Imasul (Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul) divulgou a classificação de três diques em Campo Grande.

Dois deles, as barragens do Lago do Amor e do Atlântico, no Córrego Pontal, estão classificados com alto risco. O órgão esclarece que a classificação não significa risco iminente de rompimento da barragem, mas sim que há necessidade de regularização. 

A terceira barragem, da Águas Guariroba no Córrego Lageado, apresenta baixo risco. Já na classificação por Dano Potencial Associado à barragem, as três barragens apresentam alto risco, segundo publicação do DOE-MS (Diário Oficial de Mato Grosso do Sul).

A classificação é feita em função do potencial de perdas de vidas humanas e dos impactos sociais, econômicos e ambientais em caso de uma possível ruptura da barragem. A seu critério ou por pedido do empreendedor, o Imasul poderá rever a classificação da barragem, com a devida justificativa.

A barragem do Lago do Amor é gerida pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) enquanto a responsabilidade pelo Atlântico é da Incorporadora Atlântico S/S LTDA. Em nota, a Águas Guariroba informou que suas barragens de captação de água são vistoriadas diariamente e que possui um Plano de Segurança de Barragem.

“A Águas Guariroba reforça ainda o compromisso por meio de um Comitê Interno de Segurança das Barragens, que se reúne mensalmente entre colaboradores de diversos setores da concessionária. Todas as informações são constantemente compartilhadas com o poder público”, diz o texto.

Segurança de Barragens

O município de Campo Grande possui 73 barragens registradas no SNISB (Sistema Nacional de Informações sobre Segurança de Barragens), desenvolvido e mantido pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).

No que se refere às classificações, o sistema considera duas categorias principais para as barragens. A primeira diz respeito à Categoria de Risco, que determina as características construtivas e de manutenção da barragem. Nessa classificação, há duas barragens que apresentam índice médio, 33 casos não classificados e 38 onde a classificação não se aplicaria.

Já o segundo índice é o de Dano Potencial Associado, que indica qual seria o estrago caso a barragem viesse a se romper. Neste caso, há uma barragem que apresenta índice ‘Alto’, uma ‘Médio’, 38 com índice ‘Baixo’ e 33 casos onde o índice não se aplicaria.

Nasa Park

O município de Jaraguari viveu um desastre ambiental com o rompimento da barragem da represa do loteamento Nasa Park. Como consequência, a represa teve toda sua água escoada, criando uma correnteza que atingiu com água e lama 11 propriedades vizinhas, destruindo o ecossistema até alcançar o Rio Botas.

A barragem do Nasa Park foi vistoriada pelo Imasul em 2019, dentro da Política Nacional de Segurança de Barragens, instituída pela Lei Federal Nº 12.334/10. Considerando a legislação, a barragem recebeu classificação Alto para risco e Alto para danos.

E nesse ponto, o Nasa Park estava totalmente irregular. Diferente do que alega a defesa, o empreendimento nunca teve autorização ambiental do Imasul. Na época, o órgão notificou a empresa a regularizar situações que incluíam a necessidade de limpeza, manutenção nas comportas e regularização de fissuras encontradas.

Além dos reparos, foi notificada a fazer revisões periódicas e enviar os relatórios ao Imasul e desenvolver um plano de ação de emergência e de segurança. O Imasul afirma que nunca recebeu relatórios do Nasa Park sobre a regularização da barragem. Por isso, a empresa não foi multada previamente, pois a Lei de segurança de barragem não prevê punições para o descumprimento das notificações.

Fonte: Midiamax.

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