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Fumaça e tempo seco são ‘coquetel’ para doenças respiratórias, diz especialista

Diante da seca severa e da fumaça que encobriu Campo Grande, o pneumologista alerta para que as pessoas com quadro respiratório crônico redobrem os cuidados

Céu de Campo Grande foi encoberto pela fumaça no dia 1º de setembro Foto: – Gerson Oliveira / Correio do Estado

Desde o início do mês, o céu de Campo Grande foi encoberto pela fumaça, ou pela chamada “névoa seca”. Em combinação com altas temperaturas e baixa umidade do ar, isso resulta em uma verdadeira crise para quem sofre de doenças respiratórias.

A situação climática atípica, em decorrência das mudanças climáticas, levou a Capital a registrar sensação térmica de 43ºC e umidade relativa do ar de 10%, na terça-feira (10), em pleno inverno, que termina no dia 23 de setembro. 

Conforme explicou ao Correio do Estado o pneumologista Ronaldo Perches Queiroz, essas combinações contribuem para provocar desencadear piora em quem sofre de problemas respiratórios.

“Estamos com uma umidade relativa do ar semelhante à de um deserto. Esse conjunto, além das queimadas, fumaça, fuligem e poluição, forma um coquetel muito poderoso para provocar problemas respiratórios. A condição de ar seco, poluição e baixa umidade promove o ressecamento das vias aéreas, desde as narinas até a laringe e os brônquios”, disse o pneumologista, e completou:

“Esse ressecamento causa maiores dificuldades para respirar; a qualidade do ar é ruim, então o paciente pode ter até falta de ar”.

Mas, afinal, o que estamos respirando?

Nesta quarta-feira (11), o ar da Capital sul-mato-grossense foi classificado como ruim, segundo o Monitoramento da Qualidade do Ar (QualiAr).

Os valores que classificaram a situação como “ruim” na escala 80 da tabela seguem rtecomendações da Organização Mundial da Saúde.  A medição leva em conta os níveis puluentes que são:

  • Material particulado (MP10);
  • Material particulado (MP2,5);
  • Ozônio (O3);
  • Monóxido de carbono (CO);
  • Dióxido de nitrogênio (NO2); e
  • Dióxido de enxofre (SO2);

Consequências

Conforme o pneumologista, em cenários de seca severa ocorre o ressecamento das vias aéreas, causando pequenas lesões que facilitam a penetração de vírus e bactérias. “Podem se desenvolver quadros de infecções respiratórias, como sinusite, pneumonia e até infecções virais e bacterianas.

Grupo de Risco

Nessas condições, em que o ar está ruim, o pneumologista alerta que quem sofre de problemas respiratórios crônicos (como asma ou bronquite) precisa de mais atenção. São especialmente vulneráveis crianças de até 1 ano e idosos.

“As crianças têm o sistema imunológico em formação, e os adultos já têm baixa imunidade naturalmente, então eles correm risco de desenvolver problemas respiratórios.”

Neste período, é importante que os pacientes entrem em contato com seus médicos de confiança para realizar a manutenção preventiva.

“Neste período do ano, em que as condições da qualidade do ambiente e da umidade do ar estão muito ruins, esses pacientes aumentam muito o risco de desenvolver crises, como rinite e asma, provocando, por exemplo, falta de ar e a necessidade de procurar atendimento médico. Portanto, quem tem asma e rinite precisa tomar mais cuidado e procurar seu pneumologista para reforçar e otimizar o tratamento de manutenção preventiva.”

Dicas de prevenção

Evitar exposição ao sol entre 9h e 16h:

  • O sol é muito quente nesse período.
  • Se precisar sair, use boné, chapéu ou sombrinha.
  • Evite fazer exercícios físicos ao sol nesses horários.
  • Opte por sair de manhã cedo ou no final da tarde.
  • Prefira locais com vegetação, como parques, que oferecem sombra e um ambiente mais fresco.

Usar roupas leves:

  • Vista roupas leves para crianças e idosos.

Manter-se bem hidratado:

  • Beba bastante água para se manter hidratado.
  • Recomenda-se consumir 40 ml de água por quilo de peso corporal por dia.
  • Exemplo: uma pessoa de 60 quilos deve beber pelo menos 2 litros e 400 ml de água diariamente.

Irrigar as narinas:

  • Lave as narinas várias vezes ao dia com soro fisiológico.
  • Isso ajuda a evitar o ressecamento das vias aéreas e previne fissuras que facilitam a penetração de vírus e bactérias.

Fonte: Correio do Estado.

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