A Cúpula do G20, realizada no Rio de Janeiro nesta segunda e terça-feira (18 e 19 de novembro), marca o encerramento da presidência brasileira no grupo. Sob a liderança de Luiz Inácio Lula da Silva, o Brasil pautou temas como taxação de super-ricos, combate à fome e desenvolvimento sustentável, buscando projetar o país no cenário internacional. A presidência rotativa passa agora para a África do Sul.
Taxação dos super-ricos: uma bandeira inicial
O Brasil propôs uma taxação mínima global de 2% para fortunas acima de US$ 1 bilhão, medida que poderia gerar até US$ 250 bilhões anuais. Apesar do apoio de países como França, África do Sul e Colômbia, a proposta encontrou resistência de Estados Unidos e Alemanha, destacando as dificuldades de implementação global. Ainda assim, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, classificou o tema como um dos principais legados da gestão brasileira.
Combate à fome e à pobreza
Outro destaque foi a criação da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, com apoio técnico da FAO e recursos brasileiros para promover políticas públicas e direcionar fundos internacionais. Até o momento, 31 países aderiram à iniciativa, que busca fortalecer o combate à miséria, apesar de ceticismo sobre resultados imediatos.
Desenvolvimento sustentável e a COP30
Visando sinergia com a COP30, que será sediada em Belém em 2025, o Brasil promoveu uma força-tarefa para articular discussões sobre mudanças climáticas e transição verde. Contudo, especialistas apontam que os resultados foram limitados, devido a divergências sobre financiamento e estratégias climáticas.
Reforma da governança global
A presidência brasileira também defendeu reformas nos bancos multilaterais de desenvolvimento, propondo maior financiamento em moedas locais e mecanismos de proteção cambial. No entanto, avanços concretos dependem de futuras presidências do G20.
Desafios geopolíticos e a declaração final
A cúpula foi marcada por tensões sobre menções às guerras na Ucrânia e em Gaza. Divergências entre os países complicaram a elaboração de uma declaração final, reflexo do cenário global polarizado.
Apesar das dificuldades, analistas avaliam que o Brasil conseguiu se destacar com uma agenda voltada à igualdade e inclusão, fortalecendo sua imagem diplomática. Iniciativas como o G20 Social, que integrou a sociedade civil nas discussões, também foram vistas como um diferencial da presidência brasileira.
Fonte: IstoÉ.
Fonte: Star Mídia News.