Em caso de condenação, João Vitor Vilela pode ficar de 6 a 20 anos preso

O Ministério Público de Mato Grosso do Sul denunciou o estudante de medicina João Vitor Fonseca Vilela, de 22 anos, responsável pela morte da corredora Danielle Correa de Oliveira, de 41 anos, por homicídio, tentativa de homicídio e embriaguez ao volante. Preso desde o dia 15 deste mês, o jovem deve ser submetido a júri popular.
Apesar dos esforços da defesa em pedir a revogação de prisão preventiva, o MP destacou que o crime abala a sensação de segurança indispensável ao cidadão comum, uma vez que, mesmo com o caso ainda sob investigação, as provas já existentes no auto de prisão em flagrante apontam para a prática de um crime onde João Vilela assumiu o risco, “especialmente ao se embriagar de forma voluntária, assumir o controle de um veículo automotor, ainda mais em uma rodovia.”, destacou o Ministério Público.
Cabe destacar que a defesa do estudante também tentou revogar a prisão de João Vitor sob alegação de que ele preenchia os requisitos para a concessão do benefício e, alternativamente, pela liberdade provisória com a aplicação de medidas cautelares visto que o garoto não possuía antecedentes criminais, tinha residência fixa em Campo Grande, e possui vínculo com uma universidade de Goiás, estado em que nasceu. Ele estava em Campo Grande em virtude de seu período de residência médica junto a faculdade.
Em outro esforço, a defesa também tentou reverter o dolo em homicídio culposo, ou seja, aquele em que não há intenção de matar, não reconhecido pelo Ministério Público.
Em justificativa, o MP destacou que a intenção de matar, se caracterizou no momento em que o jovem assumiu o risco sobre o acidente, visto que o estudante dirigia o carro e estava embriagado, sem habilitação válida e em alta velocidade quando invadiu a pista contrária e colidiu contra Danielle e uma amiga. Ambas corriam junto de um grupo de 20 pessoas quando foram atingidas.
“As provas constantes nos autos indicam que o réu tinha plena ciência de seu estado de embriaguez e do risco que sua conduta representava para a segurança viária, o que justifica a submissão do caso ao Tribunal do Júri”, destaca a denúncia.
O MP frisou que a manutenção da prisão é um importante recurso a ser mantido, visto que colocá-lo em liberdade “seria dar descrédito à Justiça, bem como incentivar a continuidade de delitos desta espécie”.
O fato
Preso em flagrante por volta das 06h do último dia 15, João Vitor Vilela dirigia um Fiat Pulse pela rodovia MS-010, nas proximidades do Parque do Peão de Campo Grande, quando atropelou Luciana Timóteo da Silva Ferraz, que sofreu escoriações e foi encaminhada à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Coronel Antonino, além de Danielle Correa de Oliveira que não resistiu aos ferimentos e morreu no local.
Segundo o boletim de ocorrência, João Vilela se recusou a fazer o teste do bafômetro, e latas de cerveja foram encontradas no carro do jovem, que se manteve no local do fato.
A vítima
Danielle começou no esporte após perder a filha Geovanna, de apenas quatro anos, por um câncer renal. Diagnosticada com Tumor de Wilms, a pequena partiu aos 4 anos e nove meses, após um longo tratamento.
Desde a morte precoce da filha, viu na corrida um meio para combater o luto, e desde 2018 passou a competir em provas de longa distância, a atleta deixou duas filhas, uma de 19 anos e outra de 6 anos.
Fonte: Correio do Estado.