
O caso do filho biológico de Christian Campoçano Leitheim, acusado de agredir, violentar e assassinar, sua enteada Sophia, de 2 anos, teve um novo capítulo nesta sexta-feira (10). Após ser vítima de violência familiar praticada pelo avô paterno, I.F.L de apenas 5 anos foi encaminhado para um abrigo na Capital, onde segue acolhido desde o dia 15 de setembro.
A audiência realizada hoje (10), no Fórum de Campo Grande, decidiria se a família da criança teria condições de reintegração da guarda. Porém, o estudo psicossocial realizado com a mãe biológica, Andressa Fernandes e seus responsáveis, bem como com a outra parte, os avôs paternos, que possuíam a guarda provisória, não foi entregue por estar ‘comprometido eticamente’.
“O juiz vai nomear outra equipe, sem o laudo psicossocial das partes, não dá para fazer o exame de estudo. Além disso, o avô paterno ameaçou a advogada presente, se exaltou e foi retirado da sala. Encerrando-se assim a audiência”, relata a advogada de defesa da mãe da criança, Janice Andrade.
O próximo passo, segundo a advogada, é a nomeação de uma nova equipe de psicólogos para a realização do estudo psicossocial.
“Vão nomear uma outra equipe psicossocial e vão fazer avaliação. A criança voltou para o abrigo. É preferível que a criança esteja no abrigo do que correndo o risco de voltar para a caso do avô paterno, que já demonstrou, inclsuive hoje, toda a sua agressividade e descontrole”, avalia a advogada.
Estudo psicossocial comprometido
A advogada de defesa da mãe da criança, Janice Andrade, afirma que Andressa mais uma vez foi vítima de violência institucional por parte das psicólogas que realizaram o atendimento psicossocial. E reitera que, “desde sempre”, a mãe luta pela guarda do filho.
“Concordamos com a declaração de suspeição das profissionais e acrescentamos ainda a evidente parcialidade das mesmas, na condução das entrevistas realizada com a sra. Andressa Victória Fernandes Canhete e os srs. Paulette Maria Melin Canhete e Odílson Antônio da Silva Canhete, destacando que essa não é a forma mais justa, ética e correta de ação na Justiça de Mato Grosso do Sul, reconhecida nacionalmente pela probidade e proteção dos direitos das crianças”, defende a advogada.
Para a advogada, a condução do caso em relação à mãe tem sido imparcial e antiética. Durante a avaliação psicossocial, as psicólogas teriam feitos comentários como: ‘você apanhou do fulano, mas serviu para amadurecer’; ‘uma criança não precisa só de amor e amar a mãe’.
“Além de caracterizar violência institucional, caracteriza calúnia e difamação. Andressa foi negligenciada judicialmente e como mãe, luta pela guarda do filho, devendo assim ser tratada, não apenas como genitora. Ainda, é importante ressaltar que não há um único histórico de violência da senhora Andressa contra o filho, diferente dos avós paternos, conforme comprovado nos autos”, rebate a advogada.
Laudo do abrigo é entregue a Justiça
O relatório psicológico do abrigo onde a criança permanece relata que I.F.L, apesar de estar adaptado ao acolhimento, em alguns momentos tem sono agitado e dificuldades em obedecer as regras e limites.
“Fazendo birras e chorando, a criança, apresenta alguns comportamentos considerados inadequados, de acordo com os relatos das educadoras, bem como de familiares, pois demonstra agressividade em situação de conflito, usa meios físicos para alcançar o que deseja, ainda não desenvolveu suas habilidades socioemocionais”, diz o trecho do relatório psicológico.
O relatório aponta ainda que a avó paterna nega que seu marido, o avô paterno tenha agredido a criança e afirma que se isso acontecesse, nem teria levado o neto para a escola.
“Realizamos visita domiciliar para os avós, na ocasião encontramos a Sra. Luciana que nos recebeu de maneira solicita e nos relatou que apesar do neto dizer que o avô tinha batido nele, não tem certeza disso. A avó verbalizou que se tivesse sido o seu esposo não teria nem levado a escola”, relata o relatório.
Sobre a relação da criança com a mãe e os avós maternos, o relatório aponta que I.F.L possui laços afetivos e se relaciona bem com ambos, alegando ‘sentir saudades’.
“Realizamos visita domiciliar onde encontramos a genitora e sua avó Paulete, relataram um pouco da história delas, disseram que ficaram 9 meses sem poder ver a criança. A Sra. Paulete disse que foi muito sofrimento para a família ver tudo que Andressa passou por ficar longe do filho, que gostaria muito de poder ter a criança perto da família. I.F.L fala para a mãe que ama ela, que quer passear com ela, ir ver os avós na casa dela, assim as visitas acontecem de forma tranquila sem nenhuma intercorrência”, diz o relatório.
Cabe destacar que o próximo procedimento é a realização de um novo estudo psicossocial, para posteriormente ser marcada uma nova audiência a fim de definir a guarda e reinserção familiar da criança, que segue acolhida em um abrigo da Capital.
Relembre o caso de agressão
Desde que o pai Christian foi preso pelo assaddinato de sua enteada, Sophia Ocampos de Jesus de apenas dois anos. O filho biológio, I.F.L ficou sob a guarda provisória do pai de Christian. No enatnto, no dia 15 de setembro a criança chegou na escola com o olho roxo.
A diretora da unidade escolar também notou hematomas na parte superior e inferior no corpo da criança e comunicou o fato ao Conselho Tutelar da Região Norte, de Campo Grande.
O menino foi encaminhado a Delegacia Especializada de Proteção à Criança e Adolescente (Depca) onde passou por escuta especializada e confirmou que era agredido pelo avô na presença da avó.
Depois da realização de exames no Instituto de Medicina e Odontologia Legal (Imol), a criança foi levada para a Unidade de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescente (UAICA II) onde segue acolhida até hoje. Fonte: Correio do Estado.