Polícia

Durante júri, mãe de Estrelinha pede liberdade para ‘recomeçar a vida’ em Campo Grande

Inezita disse não saber por que Maykon matou Estrelinha se era bem tratado na casa dela

Foto: (Lucas Caxito, Midiamax)

Com a voz embargada, Inezita Ramos de Oliveira Araújo, sentada no banco dos réus, nesta quarta-feira (28), para ser julgada pela morte de sua filha Isadora Araújo Martins, de 10 anos, pediu por um recomeço. Ela descreveu como a pior tragédia ver o corpo da filha no chão de casa, em dezembro de 2022. Maycon Araújo Pereira também é julgado pelo crime.

Em seu depoimento para os jurados, ela disse que recebia R$ 900 de auxílio do governo e pagava R$ 350 de aluguel na casa. Inezita ainda relatou que não tinha ajuda dos pais dos seus filhos, e por isso, havia resolvido fazer programas sexuais.

“O povo só foca no programa, mas ninguém valoriza que eu já trabalhei em muitos outros serviços. Quando eu vi minha filha morta no chão foi a pior tragédia que poderia ter acontecido, eu passei a tomar remédio, fiquei debilitada”, falou Inezita.

Ainda segundo ela, Maycon era bem tratado em sua casa e não sabe os motivos para ele estuprar e matar Isadora. No dia do crime, ela contou que havia saído para fazer programa e recomendado a Estrelinha para não abrir as portas. “No dia eu falei pra ela que eu ia trabalhar, deixei a chave com ela e disse pra ela não abrir pra ninguém. Ela respeitava. Ela era bem capacitada, uma criança alegre, responsável, que gostava de estudar”, contou.

“Foi um choque muito grande perder minha filha, que mãe que aguentaria isso? Não foi porque eu quis que aconteceu isso, esse indivíduo Maikon ele era bem tratado em casa, não sei por que ele fez isso”, disse Inezita. Sobre ter marcado um programa sexual com Maycon, ela disse que encontrou com ele na rua e que teria dito que estaria em casa. 

“Nesse dia, encontrei com ele na rua, em um mercado, e ele perguntou ‘hoje você vai estar em casa?’ E eu falei sim. Ele então disse: ‘talvez mais tarde eu passe lá’”, falou ela aos jurados. Ela ainda terminou seu relato pedindo para ser absolvida e ter um recomeço.

Maycon se manteve em silêncio durante o júri, não respondendo às perguntas.

Morte de Estrelinha

Um homem relatou que encontrou a mãe da vítima em um bar, por volta das 19h30, e por volta das 22h foram até a residência dela, no dia 11 de dezembro de 2022. Ao chegarem, a mãe chamou a filha para que abrisse a porta e ela não respondia, momento em que ela deu a volta na casa e entrou pela porta dos fundos.

A mãe teria encontrado a filha caída no chão da cozinha e começado a gritar por socorro. O homem que a acompanhava chamou um vizinho, que arrombou a porta, e em seguida acionaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.

A mãe não soube precisar que horas saiu e deixou a vítima e seus outros filhos sozinhos. Segundo os policiais, ela aparentava estar embriagada e agressiva, e tentou sair do local, mas foi algemada e encaminhada para a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) para prestar esclarecimentos.

Duas testemunhas, vizinhas da residência, informaram que a mãe foi até a casa delas pedindo socorro, pois teria encontrado a filha no chão da cozinha, e parecia ter sido estuprada e morta. Outro vizinho informou que o suposto autor estaria com calça jeans desbotada, camiseta preta e boné verde.

O vizinho relatou que havia discutido com a mãe da criança há alguns meses, e por isso não teria pedido ajuda. Entretanto, ele disse ter ouvido quando o suspeito chamou a mãe da menina no portão dizendo que precisava entregar um dinheiro a ela, mas a filha teria atendido e dito que a mãe não estava em casa.

Cerca de 15 minutos depois, o vizinho disse ter ouvido o irmão da vítima chorando, ter saído no portão e visto o homem saindo da residência, andando rápido e olhando para trás. O Conselho Tutelar também foi acionado. O caso foi registrado como estupro de vulnerável, abandono de incapaz e homicídio majorado contra pessoa menor de 14 anos.

Fonte: Midiamax.

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