Defesa vai alegar que mãe de Sophia foi ‘abandonada’ pelo pai para viver relacionamento gay
A cinco dias do julgamento de Stephanie de Jesus da Silva e Christian Campoçano Leitheim, pela morte de Sophia OCampo, de 2 anos, em 2023, a defesa da mãe da menina afirma que Stephanie era uma vítima do ciclo de violência. Stephanie e Christian vão a julgamento popular nos dias 4 e 5 de dezembro.
“Ela foi abandonada pelo Jean que foi viver outro relacionamento e estava em um momento frágil. Ela não tinha forças para denunciar”, disse o advogado de defesa, Alex Viana de Melo, ao Jornal Midiamax. Ainda de acordo com a defesa, Stephanie trabalhava o dia todo e Christian ficava responsável pelas crianças.
Sobre as 30 vezes que Stephanie levou Sophia a unidades de saúde e em nenhuma delas denunciou os maus-tratos, a defesa alegou que ela levou a criança para que alguém visse os machucados e tomasse a atitude de denunciar, já que ela não tinha forças para fazer por estar vivendo o ‘ciclo de violência’.
“Demora muito para as mulheres agirem e ela (Stephanie) estava pesquisando na internet como denunciar, mas daí aconteceu a tragédia”, disse o advogado.
O advogado ainda fala que o poder público também não tomou providência alguma. “ O Jean fez boletim de ocorrência e a delegacia não fez nada, assim como o Estado e outros envolvidos indiretamente e que também foram omissos”, fala Alex Viana.
Viana ainda diz que Stephanie não sabia das agressões e que Christian relatava que era o filho dele que havia agredido a menina ou que Sophia havia se machucado brincando. O menino – filho de Christian – disse em depoimento especial na DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente), que já tinha visto o pai chutar a perna de Sophia, o que causou uma fratura na menina.
Julgamento de padrasto e mãe de Sophia
O casal está preso desde a época do crime, que gerou repercussão em Mato Grosso do Sul e em todo o Brasil, quando Sophia deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Coronel Antonino, já morta nos braços da mãe, no dia 26 de janeiro de 2023.
Durante o andamento do processo, a defesa de Stephanie tentou por várias vezes a anulação do júri popular, mas teve os pedidos indeferidos pela Justiça. Assim, o julgamento foi mantido para o próximo mês, com 12 testemunhas que devem ser ouvidas pelos jurados e um esquema de segurança reforçado.
A sessão está marcada para iniciar às 8 horas da manhã do próximo dia 4, com permissão da presença do público limitada e por ordem de chegada. Entre as testemunhas arroladas, estão um investigador de polícia, uma médica e um médico legista, que serão ouvidos no primeiro dia.
No dia 4, pela manhã, estão previstas duas testemunhas do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) e outras cinco da defesa de Stephanie. E a partir das 13 horas, serão ouvidas as cinco testemunhas de Christian.
Após a oitiva, os réus serão interrogados e, segundo o Tribunal do Júri, podendo se estender até a noite. Para o dia 5 de dezembro, estão previstos os debates da acusação e defesa dos réus, que deverão ocupar todo o dia. Em seguida, ocorre a votação dos quesitos e, por último, a sentença que pode condenar ou inocentar o casal pela morte de Sophia.
Mãe e padrasto foram condenados por maus-tratos a cachorro
Além da morte da pequena Sophia, Stephanie e Christian foram condenados a quatro anos pelo crime de maus-tratos contra o cachorro da família, morto em maio de 2022.
O crime aconteceu entre os dias 1º e 4 de maio, quando o cachorro estava defecando sangue em casa, conforme a denúncia, a mãe e o padrasto de Sophia não buscaram atendimento médico veterinário, deixando o animal sem alimento e amarrado com um fio curto na área de serviço do imóvel. O local estava repleto de fezes.
A sentença foi assinada pelo Juiz de Direito, Márcio Alexandre Wust, que condenou Christian e Stephanie a dois anos de reclusão, cada um, dez dias-multa e proibição de ter guarda de animais. O valor da multa foi fixado em 1/30 do salário mínimo vigente à data dos fatos.
Fonte: Midiamax.