Ele ainda pagará indenização por dano moral no valor de R$ 15 mil
Maykon Araújo Pereira foi condenado, durante o julgamento nesta quarta-feira (28), a 34 anos e 6 meses por homicídio qualificado e estupro de Isadora Araújo Martins, de 10 anos, a ‘Estrelinha’.
Ainda no julgamento, o Conselho de Sentença decidiu absolver a mãe de Estrelinha. Maykon ficou em silêncio durante o júri e não respondeu às perguntas.
O crime aconteceu em dezembro de 2022, no bairro Nossa Senhora das Graças, em Campo Grande. Assim, o juiz determinou que Maykon cumpra 24 anos e 6 meses por homicídio qualificado por motivo torpe, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.
Ele também irá cumprir mais 10 anos pelo crime de estupro. Com isso, o juiz concluiu uma condenação de 34 anos e 6 meses de reclusão. Os crimes de homicídio qualificado e estupro de vulnerável são genuinamente hediondos, por isso o regime de pena é o fechado.
Ainda conforme decisão do magistrado, Maykon terá que pagar indenização por dano moral, no valor de R$ 15 mil. Esse valor será corrigido desde a data desta decisão, e com juros de mora de 1% ao mês, contados da data do crime.
Liberdade para ‘recomeçar a vida’
Com a voz embargada, Inezita Ramos de Oliveira Araújo pediu por um recomeço. Ela descreveu como a pior tragédia ver o corpo da filha no chão de casa.
Em seu depoimento para os jurados, ela disse que recebia R$ 900 de auxílio do governo e pagava R$ 350 de aluguel na casa. Inezita ainda relatou que não tinha ajuda dos pais dos seus filhos, e por isso, resolveu fazer programas sexuais.
“O povo só foca no programa, mas ninguém valoriza que eu já trabalhei em muitos outros serviços. Quando eu vi minha filha morta no chão foi a pior tragédia que poderia ter acontecido, eu passei a tomar remédio, fiquei debilitada”, falou Inezita.
Ainda segundo ela, Maycon era bem tratado em sua casa e não sabe os motivos para ele estuprar e matar Isadora. No dia do crime, ela contou que havia saído para fazer programa e recomendado a Estrelinha para não abrir as portas. “No dia eu falei pra ela que eu ia trabalhar, deixei a chave com ela e disse pra ela não abrir pra ninguém. Ela respeitava. Ela era bem capacitada, uma criança alegre, responsável, que gostava de estudar”, contou.
Morte de Estrelinha
Um homem relatou que encontrou a mãe da vítima em um bar, por volta das 19h30, e por volta das 22h foram até a residência dela, no dia 11 de dezembro de 2022. Ao chegarem, a mãe chamou a filha para que abrisse a porta e ela não respondia, momento em que ela deu a volta na casa e entrou pela porta dos fundos.
A mãe teria encontrado a filha caída no chão da cozinha e começado a gritar por socorro. O homem que a acompanhava chamou um vizinho, que arrombou a porta, e em seguida acionaram a Polícia Militar e o Corpo de Bombeiros.
A mãe não soube precisar que horas saiu e deixou a vítima e seus outros filhos sozinhos. Segundo os policiais, ela aparentava estar embriagada e agressiva, e tentou sair do local, mas foi algemada e encaminhada para a Deam (Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher) para prestar esclarecimentos.
Duas testemunhas, vizinhas da residência, informaram que a mãe foi até a casa delas pedindo socorro, pois teria encontrado a filha no chão da cozinha, e parecia ter sido estuprada e morta. Outro vizinho informou que o suposto autor estaria com calça jeans desbotada, camiseta preta e boné verde.
O vizinho relatou que havia discutido com a mãe da criança há alguns meses, e por isso não teria pedido ajuda. Entretanto, ele disse ter ouvido quando o suspeito chamou a mãe da menina no portão dizendo que precisava entregar um dinheiro a ela, mas a filha teria atendido e dito que a mãe não estava em casa.
Cerca de 15 minutos depois, o vizinho disse ter ouvido o irmão da vítima chorando, ter saído no portão e visto o homem saindo da residência, andando rápido e olhando para trás. O Conselho Tutelar também foi acionado.
Fonte: Midiamax.