Christian Campoçano Leitheim é acusado pela morte de Sophia, após uma série de agressões em janeiro de 2023
Christian Campoçano Leitheim, acusado de matar a enteada Sophia OCampo, aos 2 anos em janeiro de 2023, foi condenado por ameaçar e agredir a ex-companheira, de 23 anos, em Campo Grande. A agressão ocorreu em novembro de 2018 e a sentença foi proferida em 20 de junho deste ano.
Christian e Stephanie de Jesus da Silva é acusado pela morte de Sophia, após uma série de agressões em janeiro de 2023. Ele foi pronunciado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel, contra menor de 14 anos e por estupro de vulnerável. Já a mãe, por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e por omissão.
Mesmo antes de se relacionar com Stephanie, o réu agredia a mãe do seu próprio filho, na época, sua companheira. Segundo denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), por volta das 6 horas da manhã do dia 21 de novembro de 2018, Christian teria ofendido a ex-companheira ao dar um soco no rosto da mulher.
Dias depois, ameaçou tirar o filho dela. “Vou tirar meu filho de você, nem que eu tenha que te matar”, disse. A vítima relatou que essa foi a primeira agressão, mas já era agredida anteriormente, sendo que era ameaçada quando manifestava vontade de sair da casa dos pais de Christian, onde o casal morava.
A agressão pela qual Christian foi condenado aconteceu na casa dos avós da vítima, que estava com o filho. “Ele invadiu a casa e tentou retirar a criança a força, aonde aconteceram as agressões e falou que eu poderia ficar com a criança ali naquele momento”, disse a vítima.
Na época, a mulher denunciou os fatos à polícia e pediu medidas protetivas de urgência contra ele. Ainda conforme a denúncia, quatro vizinhos precisaram conter Christian, que estava com o filho no colo tentando fugir, momento em que ele ameaçou a ex-companheira.
“Ele falou para mim que se eu entrasse na justiça, se por um erro da justiça eu ganhasse a guarda da criança, ele tiraria a criança de mim, porque jamais aceitaria que eu ficasse com a criança. Se fosse necessário, ele mataria a criança e depois tiraria a própria vida”, contou a mulher, que também era ameaçada de morte por diversas vezes.
Ao magistrado, Christian negou ter dito que iria tirar a criança da mulher e tirar a própria vida, mas afirmou que houve ofensa de ambas as partes.
O caso foi julgado pela 3ª Vara Criminal, que decidiu pela condenação de Christian. “No presente caso, o acusado ameaçou tirar a vida do filho para atingir a genitora/vítima, dizendo que, se necessário fosse, mataria o bebê, então com apenas seis meses de idade”, determinou o Relator Desembargador Jairo Roberto de Quadros.
“À evidência, não há que se falar em dúvida acerca do cometimento dos delitos em razão da ausência de prova robusta”, acrescentou o relator.
Diante dos fatos, Christian foi condenado a 1 mês e cinco dias de detenção por lesão corporal e ameaça. A sentença determinou que o regime de cumprimento da pena seja inicialmente aberto, porém, Christian já está preso desde o início de 2023 pela morte da pequena Sophia.
Caso Sophia
O julgamento foi remarcado depois das defesas dos réus entrarem com recurso. O júri estava marcado para março e seria realizado em três dias. A defesa de Stephanie de Jesus da Silva entrou com pedido para que o julgamento da mãe de Sophia seja separado de Christian.
No pedido, a defesa alegou que “Ademais, ao menos em relação a pronunciada, a demora está causando prejuízos, vez que, o recurso foi distribuído em 2ª Instância em 04/04/2024, sendo que a última análise da revisão da sua prisão ocorreu em 06.04.2024 – fls. 2784/2787. Resta visível, portanto, que a separação do feito é medida que se impera no caso em testilha”.
Pelo exposto, requer a DESISTÊNCIA do Recurso em Sentido Estrito interposto pela pronunciada STEPHANIE DE JESUS DA SILVA e, consequentemente que seja determinado que a Secretaria do TJ/MS realize a SEPARAÇÃO/DESMEMBRAMENTO do mesmo, remetendo os autos em relação à acusada ao Juízo de Origem, para o regular prosseguimento do feito”, pediu a defesa.
Assassinato de Sophia
A menina, que já havia passado por diversas internações, morreu em janeiro de 2023. As investigações mostraram que Sophia foi levada pela mãe a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito. Sophia também foi estuprada.
As investigações mostraram que Sophia foi levada pela mãe a uma UPA (Unidade de Pronto Atendimento), já sem vida. A mulher chegou ao local sozinha e informou o marido sobre o óbito.
Uma testemunha afirma que depois de receber a informação sobre a morte de Sophia, o padrasto teria dito a frase: “minha culpa”.
Uma das contradições apontadas na investigação é o fato da mãe ter afirmado que antes de levar a filha para atendimento médico, a menina teria tomado iogurte e ido ao banheiro.
A versão é contestada pelo médico legista que garantiu que com o trauma apresentado nos exames, a criança não teria condições de ir ao banheiro ou se alimentar sozinha. A autópsia também apontou que Sophia pode ter agonizado por até seis horas antes de morrer. O padrasto e a mãe da menina são acusados do crime e estão presos.
Fonte: Midiamax.