Essa não é a primeira vez em que um agente da segurança pública da Capital é encontrado morto. Em abril deste ano, um capitão do Choque e um GCM tiraram a própria vida
Um policial militar, identificado apenas como Estevam, foi encontrado morto dentro de casa em um residencial no bairro Pioneiros, em Campo Grande, no início da tarde desta segunda-feira (9).
Conforme apurado pela reportagem do Jornal Midiamax, o PM era um sargento lotado no 10º BPM (Batalhão da Polícia Militar) da Capital. Ele estava há alguns dias sem sair de casa e, nesta segunda (9), seria seu dia de plantão. Como não apareceu para trabalhar e não deu notícias, alguns militares foram até a residência do PM.
Ao chegar no residencial, os policiais acionaram um chaveiro para abrir o imóvel e encontraram o sargento morto. Viaturas da PM, com vários agentes, e da Polícia Científica estão no local para apurar as circunstâncias do fato.
Essa não é a primeira vez em que um agente da segurança pública de Campo Grande é encontrado morto em 2024. Em abril, o capitão do Batalhão de Choque da PM, Leonardo Luis Mense Rodrigues, de 35 anos, foi encontrado sem vida em casa, no bairro Mata do Jacinto e, em menos de 24 horas, o GCM (Guarda Civil Metropolitano) Josué Antônio Teodoro também foi encontrado morto pela esposa.
Outro caso recente é o do policial militar do Bope (Batalhão de Operações Policiais Especiais), Israel Giron Arguelho Carvalho, preso suspeito de estuprar uma frentista na saída de seu trabalho, que foi encontrado morto em outubro do ano passado.
Procurada pela reportagem acerca dos fatos, a PMMS disse que não irá se manifestar sobre a morte do sargento, encontrado nesta segunda-feira (9). “A Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PMMS) informa que não irá se manifestar a respeito do caso em respeito aos familiares”, disse, em nota.
No mês do Setembro Amarelo, onde conseguir ajuda?
Este mês é dedicado a campanha de conscientização sobre a prevenção do suicídio e, em Mato Grosso do Sul, há diversos programas de apoio psicológico em que o cidadão pode procurar ajuda.
GAV (Grupo Amor Vida): presta serviço gratuito de apoio emocional a pessoas em crise através do telefone: 0800 750 5554 (ligação gratuita) ou pelo e-mail precisodeajuda@grupoamorvida.ong.
Coordenadoria de Atendimento Psicossocial da Polícia Civil (exclusivo para agentes e familiares): conta com equipe multidisciplinar de psicologia, serviço social e capelania. Fazem plantão psicológico e encaminhamentos junto aos planos de saúde. Mais informações pelo telefone (67) 99627-6178.
CVV (Centro de Valorização da Vida): oferece apoio emocional e prevenção do suicídio de forma gratuita, todos os dias, pelo telefone 188, e-mail e chat 24 horas todos os dias.
CAPS (Centros de Atenção Psicossocial): De acordo com a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), qualquer pessoa pode ir até a uma unidade, onde será acolhida e passará por uma avaliação do quadro clínico em que será determinado se é necessário um atendimento médico ou psicológico de urgência – o que acontece em caso de crise – ou se poderá ser encaminhado a uma unidade básica para que inicie o protocolo de acompanhamento, por meio de encaminhamento. Confira aqui a lista e endereço dos CAPS em Campo Grande.
Com intuito de promoção a saúde mental, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) aderiu à campanha “Setembro Amarelo – Viver é a melhor escolha”, uma iniciativa nacional dedicada à prevenção do suicídio.
‘Escalas de serviço e pressão interna’, diz presidente da associação da PM sobre morte de militar
As escalas de serviço e a pressão interna dos policiais militares são fatores preocupantes para a saúde mental do efetivo. O assunto vem à tona após a Segurança Pública de Mato Grosso do Sul perder dois agentes de carreira em menos de 24 horas, em abril deste ano.
Além dos problemas pessoais que os agentes sul-mato-grossenses enfrentam, na vida profissional precisam encarar problemas internos da corporação, segundo o Cabo PM Benites, presidente da Aspra MS (Associação dos Praças da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Mato Grosso do Sul) relatou ao Jornal Midiamax.
“Escalas de serviço, pressão interna por maior e melhores resultados, isso sem falar do excesso de controle externo, da própria sociedade ou dos órgãos do judiciário que a todo momento questionam as ações e resultados dos trabalhos da Polícia, principalmente”, opinou.
“O que podemos fazer é buscar soluções institucionais, para minimizar os riscos de que novos episódios se repitam. E isso começa pela valorização destes militares. Seja através de bons salários, através da atualização de suas promoções, do reconhecimento do seu trabalho, através da consagração de medalhas de honra”, explica.
Fonte: Midiamax.