Polícia

Sete envolvidos em latrocínio que vitimou professor de Nova Alvorada do Sul são condenados 

Grupo apresentou várias versões para o crime

Foto: Arquivo Midiamax

Sete envolvidos no latrocínio, roubo que resulta em morte, do professor Luciano Soares, em janeiro de 2023, em Nova Alvorada do Sul. Juntos, eles foram condenados no início do mês a mais de 150 anos de prisão.

Luciano foi assassinado com três tiros dentro de sua casa (arquivo pessoal)

A Justiça ainda condenou a quadrilha a pagar indenização de R$50 mil à família do professor por danos morais.  

Assim, versando o caso sobre latrocínio, emergindo a necessidade de punição de maneira efetiva, devendo a fixação do valor ser suficiente como forma de desestimular os acusados a continuarem a praticar conduta semelhante, bem como sem se desprender da condição financeira dos ofensores, tendo em vista os abalos psíquicos provocados aos familiares da vítima, condeno os acusados solidariamente ao pagamento de R$ 50.000,00, que poderá ser exigido pelos genitores, irmãos e eventuais filhos da vítima, uma única vez. Registro que a condenação ora imposta não impede a persecução de indenização na esfera cível. O referido valor deverá ser corrigido monetariamente a partir do arbitramento (artigo 398 do Código Civil e Súmula 362 do STJ) e com incidência de juros de 1% ao mês, a partir do evento danoso (Súmula 54, do STJ)”.

Foram condenados, todos em regime fechado: Fernando Domingues Costa Simões a 24 anos e 4 meses de reclusão e 113 dias-multa. Claudio Cunha Roberto a 22 anos e 6 meses de reclusão além de 150 dias-multa e 1 ano e 3 meses de detenção. Diego Moreira Chaves a 26 anos, 7 meses e 15 dias de reclusão e pagamento de 191 dias-multa.

Claudinei Fernando Macedo Schultz foi condenado a 33 anos, 3 meses e 15 dias de reclusão e pagamento de 486 dias-multa. Cristiano Ricardo Ferrantino a 33 anos, 3 meses e 15 dias de reclusão e pagamento de 486 dias-multa. Matheus Maciel Fialho condenado a 6 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão e pagamento de 278 dias-multa.

Já Alexandra Gottschalk Nolascom Alencar foi condenada a 6 anos, 10 meses e 15 dias de reclusão, além de pagamento de 278 dias-multa.

Os depoimentos foram bastante contraditórios. Uns disseram que a intenção era apenas furtar o carro, outro alegou que o intuito era realmente matar a vítima. 

Outro contou que na verdade o foco era roubo mesmo, enquanto outro acusado tentou alegar que a vítima abusava de crianças.

Dinâmica do crime

Segundo consta nos autos, Claudinei, Cristiano e Diego são residentes da cidade de Apucarana
(PR) e, por conta da existência de dois mandados de prisão em aberto contra Claudinei, ele convidou Cristiano e Diego para o acompanharem até esta cidade de Nova Alvorada do Sul.

Matheus, integrante da facção criminosa Primeiro Comando da Capital e que estava preso no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, em Campo Grande, ciente de que os “irmãos” do Paraná estava precisando de auxílio para se fugir, intermediou a vinda do grupo criminoso para MS, onde permaneceriam por algum tempo e realizariam uma série de roubos, para conseguir dinheiro para a organização criminosa.

Assim, Matheus entrou em contato com Alexandra, de quem é “padrinho” na facção criminosa, e ordenou que ela recebesse o trio, providenciando abrigo em Nova Alvorada do Sul.

Alexandra então providenciou que eles ficassem em kitnets que ficam no Bairro Maria de Lourdes, local em que ela também morava.

O trio chegou em Nova Alvorada do Sul no dia 14 de janeiro de 2023 e se hospedou todos nas kitnets, onde conheceram Cláudio, que também morava naquele local. Depois, no mesmo dia em um bar, eles se uniram a Fernando, que também é integrante do PCC e mora na cidade. Após saber que eles fariam roubos e furtos na cidade, Fernando disse que a casa da vítima Luciano seria um alvo fácil para pegarem um veículo.

Depois de formado o grupo, sendo Claudinei, Cristiano, Diego e Fernando, o grupo formado se uniu também a Cláudio que tinha um veículo Renalt/Scenic, para que pudesse auxiliar na fuga.

Assim no fim da noite do dia 16, o grupo foi até a casa da vítima. Cláudio ficou no carro uma quadra de distância. Claudinei que estava com uma arma 38 pulou o muro da casa com os comparsas. Os cachorros da vizinhança latiram, o que fez com que Luciano despertasse.

Os autores tentaram imobilizar a vítima, mas ele reagiu e avançou para cima dos denunciados com uma pá, instante em que Claudinei efetuou três disparos de arma de fogo, os quais atingiram o peito de Luciano.

Em seguida fugiram não levando o veículo. Claudio levou Claudinei, Cristiano e Diego para Campo Grande. Três dias depois, o trio juntamente de Fernando seguiram viagem a fim de voltarem para o Paraná, mas acabaram detidos no KM139 da BR-267 no Distrito de Casa Verde, em Nova Andradina.

No mesmo dia, com o desdobrar das investigações, equipe da Polícia Civil localizou Cláudio em sua residência, e apreendeu também uma arma de ar comprimido adaptada para receber munição calibre .22.

Em audiência de custódia, realizada em 20 de janeiro de 2023, a advogada Raianni Almeida Passos foi constituída para acompanhar os interesses os réus Diego e Claudinei. Segundo o processo, ao invés de cumprir com seu dever profissional de defender os interesses de seus clientes, a ré Raianni constituiu-se nos autos com o único fim de repassar informações a Matheus – o qual liderava a célula da organização criminosa PCC e estava preso no Presídio de Segurança Máxima de Campo Grande – , encaminhando-lhe cópia dos arquivos de mídia com os interrogatórios dos custodiados e garantindo, assim, que nenhum deles mencionaria seu nome nas Investigações.

Fonte: Midiamax.

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