Polícia

Tribunal do Júri de Campo Grande realiza 13 últimos julgamentos de 2024 e encerra com ‘Caso Sophia’

Julgamento do caso Sophia ocorre nos dias 4 e 5 de dezembro, último julgamento do ano antes do recesso forense

Sophia faleceu aos 2 anos de idade. (Reprodução Redes Sociais)

Fim do ano, antes do recesso forense dos órgãos públicos, o Tribunal do Júri realiza até dezembro 13 julgamentos em Campo Grande. A grande maioria é de casos de homicídios, sendo dois dos casos não consumados.

Entre eles estão casos que envolvem briga por dinheiro, ameaças e desavenças antigas. E o último julgamento é de grande repercussão. Um crime brutal em que Sophia Ocampos foi morta aos 2 anos de idade pela mãe e padrasto. Eles serão julgamos em dezembro.

Vale lembrar que as sessões são abertas ao público a partir das 8h.

No dia 1º de novembro (sexta-feira), Diego Costa dos Santos, vulgo ‘Frozen’, será julgado via videoconferência, já que está preso em Rondônia, por matar Vânia do Nascimento Golombieski, no Taquaral Bosque, em abril de 2021. João Magalhães apontado como comparsa foi absolvido em julgamento ocorrido em junho deste ano.

‘Frozen’ queria se vingar pelo fato da vítima o ofender toda vez que o encontrava, em razão dele ter esfaqueado o namorado de Vânia anteriormente, conhecido como “Goiano”.

Vânia foi encontrada morta no dia 21 de abril de 2021. (Foto: Marcos Ermínio, Midiamax)

Dia 5 de novembro André Henrique Pereira vai a julgamento por matar Ronaldo Souza dos Santos Junior a facadas em Campo Grande, na Rua Osmira Machado de Almeida, no Jardim das Cerejeiras. O autor disse na época que a vítima era suspeita de furtar uma máquina roçadeira e ainda teria lhe dado um tapa no rosto quando foi questionado sobre o objeto, momento em que sacou uma faca na cintura e desferiu golpes em Ronaldo.

Dia 6, vão a julgamento Andre Adonis Fajardo Llovera e Talles Silva dos Santos por matar Wagner Vicente Pereira da Silva. O crime aconteceu em novembro de 2023 no bairro Amambaí.

Os réus cavaram um buraco na residência e pediram que a vítima fosse à casa. Lá agrediram a vítima e passaram fio no pescoço, que morreu asfixiada. 

Andres cometeu crime porque a vítima teria lhe assediado sexualmente quando ‘passou a mão em sua bunda’. Já Talles agiu por vingança porque a vítima teria dito que informaria a um antigo credor o paradeiro dele.

Já no dia 7, quinta-feira, mais uma vez o trio Almiro Cássio Nunes Orgeda, Igor Figueiró Rando e Marcelo Augusto da Costa Lima vai a julgamento por matar Ronaldo Nepomuceno Neves, em setembro de 2020 na ‘Cachoeira do Ceuzinho’. Dois haviam sido condenados e um considerado inimputável em julgamento ocorrido em março deste ano. Porém a sentença foi anulada em grau de recurso.

A vítima teria agredido e amarrado um colega dos autores, depois foi até eles e contou sobre a situação. Ele passou a ingerir bebida alcoólica quando os homens conseguiram resgatar o rapaz amarrado.

A partir daí passaram a torturar Ronaldo, em seguida o levaram até a ‘cachoeira do ceuzinho’ e atearam fogo no corpo e na caminhonete de propriedade da vítima.

Já no dia 8, Victor Hugo Lima Brandão será julgado por matar a tiros Jefferson Aparecido Gonçalves. O crime aconteceu em agosto de 2022 na Vila Morena. Segundo a denúncia, o autor iria comprar droga da vítima, mas se desentenderam sobre o valor a ser pago. 

Em seguida, o autor saiu do local e depois voltou em uma motocicleta, se aproximou da vítima e a matou a tiros.

Dia 12, Fábio da Silva, vulgo ‘Borracha’, será julgado por matar Isaias Vicente Ferreira, em abril de 2016, no Parque dos Novos Estados. Segundo a denúncia, a vítima cedia espaço em sua casa para a prima do autor, porém, por ciúmes, ele não aceitava e por isso discutiam sobre o assunto. No dia do crime, a vítima levou o filho à casa da ex-mulher e na volta foi abordado por Fábio, em uma motocicleta, que efetuou disparos.

Ele teve o julgamento adiado depois que uma testemunha apresentou uma declaração afirmando ser o autor do crime.

Na quarta-feira, dia 13 de novembro, José Bernardino Prado Lo Pinto senta no banco dos réus por matar o ex-cunhado Erick Wagner Batista Inserra no dia 2 de dezembro de 2020 no bairro Monte Castelo.

O crime teria ocorrido devido a desavenças financeiras entre os dois, decorrentes de negócios relacionados à pecuária. A vítima foi surpreendida pelo autor, que se aproximou e fez os disparos.

Dia 19, Cleberson Leão Cavalcante vai a julgamento por tentar matar Cleyton Moraes dos Santos Miranda, em agosto de 2021, no Jardim Los Angeles.

A vítima foi atraída até um lava jato com a conversa de que receberia o valor de uma dívida. Cleberson e outro comparsa avisaram indivíduos não identificados que estavam no local, e todos sacaram suas armas e fizeram vários disparos, porém a vítima conseguiu fugir em seu carro e foi socorrida pelo Samu.

No dia 21 de novembro, Ezequiel da Silva de Souza será julgado por matar Marcival Siriano no dia 9 de maio deste ano, na Rua Ouro Verde, no bairro Marcos Roberto. Autor e vítima, segundo a denúncia, se conheceram poucos dias antes do crime e bebiam e usavam drogas juntos, porém se desentenderam.

Carro onde Gabriela estava quando foi ferida e morta (Diego Alves, Jornal Midiamax)

Dia 22, Anderson de Oliveira Samento e Lucas Henrique Souza dos Santos vão a julgamento por matar Gabriela de Oliveira Belentani em novembro de 2023, no bairro Jardim Botânico, em Campo Grande. O crime teria ocorrido após ela contar para a atual de seu ex ‘ficante’ sobre as traições.

No dia do fato, eles foram até um bar e em certo momento se desentenderam, quando o autor sacou uma arma branca, desferiu golpes na vítima e fugiu, mas depois acabou preso em flagrante.

No dia 27, a dupla Higor Eduardo Franco e Vandelson Britez Machado vão a julgamento por matar o interno Célio Aparecido da Silva Santos, dentro da cela do Instituto Penal de Campo Grande no Jardim Noroeste.

Os agentes faziam procedimento de confere dos presos quando na cela 3 do pavilhão 2, na ala solário disciplinar, chamou por Célio, porém não teve resposta. Em seguida, os três presos que estavam na cela com a vítima confessaram que haviam matado o interno.

Já no dia 29 de novembro, Denivaldo Batista Nascimento será julgado por tentar matar César Alexandre Bennet Ferreira com golpes de cabo de machado, em abril de 2020, em um comércio na Avenida Júlio de Castilho.

A vítima estava com uma mulher em uma lanchonete que não tinha banheiro, por isso foram até o comércio vizinho – de propriedade do autor – a fim de utilizar o sanitário. O dono não deixou que a mulher usasse o banheiro por não ter consumido no local. Ela contou a situação à vítima que foi ao local conversar sobre o caso, mas o local estava fechado, então passou a bater na porta chamando pelo homem, se identificando, inclusive, mas foi surpreendido pelo autor que passou a agredi-lo.

A vítima foi socorrida com ferimentos graves, tendo perda de massa encefálica, passou por cirurgia e ficou com sequelas gravíssimas.

Por fim, o ano se encerra com o julgamento de um dos casos graves que mais tiveram repercussão, a morte da pequena Sophia de Jesus Ocmapo. A sessão ocorre nos dias 4 e 5 de dezembro.

Serão julgados a mãe de Sophia, Stephanie de Jesus da Silva, e o padrasto de Sophia, Christian Campoçano Leitheim.

O crime aconteceu em janeiro de 2023, na Travessa Macuim, no Jardim Columbia. Eles respondem por homicídio qualificado pelo motivo fútil, meio cruel e contra menor de 14 anos. O padrasto responde ainda por estupro de vulnerável.

Na casa, além do casal e Sophia moravam um filho de Christian e uma bebê, em comum dos acusados. Segundo a denúncia, o casal era extremamente agressivo com as crianças e abusavam das correções e disciplina durante a rotina familiar. Moravam em imóvel insalubre, sem higiene básica.

Christian teria agredido Sophia com objeto contundente causando dor e sofrimento físico e psicológico intensos, além de ação física que lhe causou lesão na coluna cervical, que depois a levou à morte.

Eles ainda respondem por deixar de agir, sem socorrê-la de imediato, sendo que quando ela chegou à unidade de saúde estava morta há várias horas.

Stephanie foi omissa e deixou de agir para evitar a morte da filha, sendo que, por lei, era sua obrigação de proteção e vigilância à criança.

Christian e Stéphanie em dezembro passado durante audiência. (Alicce Rodrigues, Jornal Midiamax)

Fonte: Midiamax.

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