Política

ALEMS: Kemp usa estudo que detectou agrotóxico em água de MS para cobrar laboratório público

Com estudo da Embrapa que detectou 30 agrotóxicos diferentes em água de rio que abastece município de MS, deputado cobra Secretaria de Saúde do estado

O estudo referente ao ano de 2024 está sendo produzido pela Embrapa – Foto: Divulgação Assembleia Legislativa

O deputado estadual Pedro Kemp (PT), solicitou ao governo do estado a criação de um laboratório para análise da qualidade da água em Mato Grosso do Sul. O parlamentar apontou pesquisas que indicam que a água consumida pelo sul-mato-grossense pode ter presença de agrotóxico.

“Agora queremos que o governo do estado responda oficialmente para a Assembleia Legislativa se vai implantar um laboratório público para fazer análise da água que é consumida pela população”, frisou Kemp.

Durante a sessão na Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS), Kemp demonstrou preocupação com a qualidade da água que a população sul-mato-grossense está consumindo, por estudos indicarem a presença de agrotóxicos sendo substâncias cancerígenas.

A fala de Kemp ocorreu após a casa receber representantes do Fórum Nacional de Combate aos Impactos dos Agrotóxicos e Transgênicos, na terça-feira (04).

O parlamentar ainda apresentou um requerimento ao secretário de estado de saúde, Maurício Simões Corrêa, solicitando informações com ações efetivas da pasta para supervisionar a qualidade da água no estado.

“Algumas pesquisas já deram conta de que há uma presença significativa de agrotóxicos na água que a população do nosso estado está consumindo”, alertou Kemp. 


Segundo Kemp, inclusive em rios de Campo Grande foram identificados indícios de agrotóxicos na água. E chegou a mencionar que em Dourados existe uma pesquisa conduzida por uma universidade e a Embrapa que indicam a contaminação das águas do rio Dourado, responsável pelo abastecimento do município.

“E também alguns rios que estão nas aldeias indígenas e aquela água está contaminada por agrotóxicos”, frisou Kemp.

Ainda, durante sua colocação, destacou a importância de que o estado possua um laboratório para realizar o levantamento da água em Mato Grosso do Sul. “Não temos no estado um laboratório publico que faça a análise da água”. 

Monitoramento

A pesquisa realizada pela Embrapa, Monitoramento dos Resídios de Agrotóxicos, que analisou o rio Dourado em 2022, e foi conduzida pelo pesquisador Rômulo Penna Scorza Júnior, foi capaz de realizar um diagnóstico que apontou o nível de exposição aos agrotóxicos comumente utilizados nos sistemas de produção agropecuários nas proximidades da bacia hidrográfica.

Foram colhidas um total de 90 amostras de águas em três locais do Rio Dourado, estabelecidos em intervalos quinzenais ou mensais. A pesquisa encontrou 33 diferentes agrotóxicos na água.

“Observou-se a ocorrência de 33 diferentes agrotóxicos e/ou seus produtos de degradação, de forma individual ou em associação com outros, em pelo menos uma amostra analisada em 2022. Esses 33 compostos podem ser separados quanto a sua classificação: 16 herbicidas, 7 inseticidas, 3 fungicidas e 7 produtos de degradação”.

Presença de substâncias na água

  • Houve um pequeno aumento do número total de agrotóxicos detectados em 2022
  • Os agrotóxicos e/ou produtos de degradação atrazina, DEA, 2-hidroxiatrazina, clorantraniliprole, epoxiconazole e tebuconazole ainda foram frequentes nas amostras de
  • 2022.
  • Os herbicidas bentazona, clomazona e imazetapir, bem como o inseticida fipronil, tornaramse frequentes em 2022 e não eram em 2021.
  • O agrotóxico que apresentou a maior concentração individual em amostras de 2022 foi a
  • atrazina e, em 2021, foi a bentazona.
  • Observou-se, nas amostras de 2022, diminuição da ocorrência do produto de degradação da
  • atrazina, o 2-hidroxiatrazina.
  • Observou-se aumento da ocorrência dos agrotóxicos bentazona, clomazona, fipronil e
  • imazetapir nas amostras de 2022.
  • Foram detectados os agrotóxicos e/ou produtos de degradação em 2022 (frequência ≥ 5%) e que não ocorreram em 2021: fipronil dessulfenil, mesotriona, metsulfurom-metílico, sulfentrazona e triclopir (que foi incorporado ao programa de monitoramento apenas em
  • 2022).
  • Não foram detectados os agrotóxicos carbendazim e tiodicarbe em 2022, enquanto estes
  • foram detectados em 2021 com frequências ≥ a 5%. 

A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde (SES), entretanto até o fechamento do material não obteve resposta. 

Fonte: Correio do Estado.

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